quinta-feira, outubro 16

Debate no Senado e seus Impactos

Recentemente, setores da indústria e do agronegócio se reuniram em uma Comissão Mista no Congresso Nacional para discutir os efeitos do chamado “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos. Essa taxação unilateral pode chegar a até 50% sobre produtos brasileiros e, segundo representantes do setor, já resultou em uma queda superior a 20% nas exportações nos últimos dois meses.

A situação preocupa os produtores que dependem do mercado americano, especialmente no caso de produtos perecíveis. Guilherme Costa Rios, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, destacou que, embora algumas cadeias estejam tentando se adaptar, a realidade é desafiadora. “Um exemplo é o setor de carne, que tinha os EUA como o segundo maior destino das nossas exportações. Desde que foram implementadas as tarifas, estamos buscando novos mercados, mas isso não é simples”, disse Rios.

O impacto é visível em vários segmentos, como frutas e madeira. Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas, ressaltou que as tarifas têm prejudicado intensamente a exportação de frutas perecíveis, clamando por mais suporte aos pequenos produtores. Já Jairo Gund, da indústria de pescados, mencionou as dificuldades em redirecionar a produção para outros mercados. A falta de alternativas é uma preocupação compartilhada por Paulo Pupo, do setor de madeira processada, que enfrenta desafios semelhantes.

Soluções e Apoio aos Pequenos Produtores

Por outro lado, Dyogo Oliveira, representante do setor de seguros, avaliou que a Medida Provisória (MP) que institui o Plano Brasil Soberano apresenta soluções relevantes para o atual cenário. Mario Sergio Carraro Teles, diretor-adjunto de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria, destacou que durante os dois meses de taxação extra, a indústria viu suas exportações despencarem. “As medidas propostas na MP são positivas e estão alinhadas com o que precisamos. Há, por exemplo, um plano para o diferimento do pagamento de tributos e a priorização do ressarcimento de créditos tributários”, comentou Teles.

Além disso, ele mencionou o aporte de recursos aos fundos garantidores, destacando seu papel fundamental no apoio aos pequenos produtores. A audiência pública foi um passo importante na avaliação da MP, permitindo que os representantes do setor fizessem suas vozes serem ouvidas.

O Papel do Governo e o Futuro do Plano Brasil Soberano

O relator da MP, senador Fernando Farias, do MDB de Alagoas, se mostrou otimista em relação ao potencial do Plano Brasil Soberano. Ele reconheceu a necessidade de atingir os pequenos produtores e garantiu que há recursos disponíveis, mencionando os 40 bilhões destinados a essa finalidade. “Essa medida do governo foi muito positiva. As áreas de fruticultura, pesca e madeira, por exemplo, serão beneficiadas”, afirmou Farias, demonstrando seu compromisso em garantir que os produtores menores não sejam deixados para trás.

O Programa Brasil Soberano ainda passará por mais duas audiências públicas, onde novas propostas e preocupações poderão ser discutidas. Sob a supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, a repórter Marina Dantas trouxe à tona essas questões essenciais, ressaltando a importância de um diálogo contínuo entre o governo e os setores afetados.

Exit mobile version