Movimentos Distintos entre Soja e Milho no Paraná
O Indicador do Agronegócio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), referente ao período de 6 a 10 de outubro de 2025, revela que o mercado paranaense de grãos apresentou comportamentos distintos, com a soja se recuperando levemente e o milho apresentando instabilidade em seus preços. O relatório também aponta um significativo aumento do dólar, que chegou ao maior valor desde julho, intensificando as incertezas no cenário econômico e comercial.
Soja Mantém Alta Leve e Demanda Sólida da China
A saca de soja, conforme medido pelo Indicador CIA/UFPR, fechou a semana cotada a R$ 127,23, o que representa uma leve alta de 0,20% em relação ao período anterior. Por sua vez, o preço da soja balcão subiu 2,22%, encerrando em R$ 119,28. Na B3, os contratos de soja refletiram a tendência do mercado internacional, com o vencimento de novembro de 2025 a US$ 22,45 por saca e os contratos de janeiro e março de 2026 variando entre US$ 23,20 e US$ 23,40 por saca. O relatório destaca que esse desempenho é resultado do equilíbrio entre a pressão da safra norte-americana e a demanda firme da China, com perspectivas de aumento nas exportações brasileiras nas próximas semanas.
Milho Registra Queda e Volatilidade nas Bolsas
Por outro lado, o milho disponível segundo o CIA/UFPR apresentou uma queda de 0,67%, fechando a R$ 59,59 por saca, enquanto o milho balcão teve uma leve variação negativa de 0,29%, encerrando a R$ 53,45 por saca. Na B3, o milho teve uma leve recuperação técnica após semanas de desvalorização: o contrato de novembro de 2025 ficou próximo de R$ 66,50 por saca, e o de março de 2026 subiu para R$ 71,50 por saca. De acordo com o relatório, essa recuperação foi sustentada pela demanda industrial e pelo aumento dos custos de frete interno, embora o volume de negócios continue limitado, aguardando sinais mais claros sobre o ritmo das exportações da safra 2024/25.
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Fonte: omanauense.com.br
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Fonte: vitoriadabahia.com.br
Valorização do Dólar Pressiona Custos de Produção
A moeda americana fechou a semana com cotação de R$ 5,48, apresentando uma alta de 3%, o maior patamar desde julho. A valorização do dólar é atribuída ao fortalecimento global da moeda, impulsionado pela expectativa de juros altos prolongados nos Estados Unidos, além das incertezas fiscais no Brasil, que incluem revisões nas metas orçamentárias e um aumento na percepção de risco pelo mercado.
Cenário Internacional: Influências na Safra dos EUA e Estabilidade no Farelo de Soja
No contexto internacional, a Bolsa de Chicago (CBOT) reportou leves quedas tanto para a soja quanto para o milho. O contrato de soja para novembro de 2025 recuou de US$ 10,30 para US$ 10,15 por bushel, enquanto o milho para dezembro de 2025 caiu de US$ 4,30 para US$ 4,20 por bushel. Essa retração foi influenciada por melhorias climáticas nos Estados Unidos e pela elevação dos estoques globais, de acordo com dados do USDA. Em contrapartida, os derivados da soja, como o farelo, mantiveram estabilidade entre US$ 270 e US$ 285 por tonelada, sustentados pela robusta demanda do setor de ração. O óleo de soja, por sua vez, apresentou um aumento até o dia 8 de outubro, seguido por uma queda nos dias subsequentes, acompanhando a volatilidade do petróleo WTI e do mercado de biodiesel.
Análise Geral do Mercado de Grãos
O boletim do Indicador do Agronegócio enfatiza que o complexo soja continua mais robusto, favorecido pela demanda externa e pelos resultados positivos das exportações brasileiras, enquanto o milho enfrenta desafios devido à oferta excessiva e aos custos internos elevados. A combinação do dólar fortalecido com as incertezas fiscais deve resultar em uma volatilidade contínua dos preços no curto prazo.
Fonte: Indicador do Agronegócio – Centro de Informação do Agronegócio (CIA/UFPR)
Período: 6 a 10 de outubro de 2025
Coordenação: Prof. Dr. Paulo Rossi Junior
Curitiba – PR