Pequenos Negócios: O Motor da Economia Brasileira em 2024
Ao caminhar pelas ruas, é difícil não notar a presença marcante dos pequenos negócios. Apesar de seu nome, essas empresas são responsáveis por sustentar a economia brasileira, representando impressionantes 97% do total de empresas do país. Segundo a segunda edição do Atlas dos Pequenos Negócios, divulgada pelo Sebrae no dia 24 de agosto, esses empreendimentos geram renda que impacta mais de 96 milhões de pessoas, um número superior à população de regiões inteiras do Brasil, como Norte, Sul e Centro-Oeste, que somam aproximadamente 63 milhões de habitantes.
Essa relevância dos pequenos negócios é ainda mais evidente ao analisarmos outros indicadores. Para cada dez postos de trabalho formal criados no Brasil, as micro e pequenas empresas (MPEs) são responsáveis por oito. Em agosto, por exemplo, foram gerados 147,3 mil empregos no país, dos quais mais de 124 mil (84,5%) foram criados pelas MPEs. Esses dados ressaltam o papel vital que esses empreendimentos desempenham na geração de emprego e renda.
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Fonte: odiariodorio.com.br
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Fonte: omanauense.com.br
Um exemplo inspirador é o de Raquel Pacheco, proprietária do restaurante Casa de Vó Comida e Afeto, localizado na Vila Planalto, em Brasília (DF). Inaugurado em dezembro de 2019, o estabelecimento teve que se adaptar rapidamente ao modelo de delivery devido às restrições impostas pela pandemia. “Foi um período muito desafiador. Cheguei a considerar fechar, mas com o apoio de familiares e amigos, conseguimos seguir em frente”, revela Raquel. Ela também destaca a importância dos aprendizados adquiridos no programa ALI, do Sebrae, que a ajudou a identificar pontos a serem melhorados no negócio.
Atualmente, a Casa de Vó conta com oito funcionários registrados, incluindo duas mulheres que tiveram a oportunidade do primeiro emprego formal. Raquel enfatiza a importância de contratar moradores da Vila Planalto. “Priorizar a contratação local melhora a qualidade de vida da equipe, evitando deslocamentos longos, e também ajuda a impulsionar a economia do bairro”, explica.
Assim como Raquel, Joana Peixoto, da Macaron Nube Confeitaria, possui uma visão semelhante sobre as contratações. A Nube, que começou em 2018, tem como carro-chefe os macarons. Joana menciona: “Não vemos problema em contratar pessoas sem experiência. Muitas vezes, preferimos quem ainda não tem vícios de trabalhos anteriores, podendo moldá-las conforme nossa filosofia”. A Nube, agora uma microempresa com duas lojas em sociedade com sua irmã Sofia, emprega oito funcionárias, priorizando a contratação de mulheres e moradoras do Distrito Federal.
O cenário do empreendedorismo no Brasil é igualmente positivo. De acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), em 2024, o país apresentou o maior índice de empreendedorismo dos últimos cinco anos, com um crescimento significativo impulsionado, especialmente, por mulheres e pessoas com 55 anos ou mais. Um dado importante revela que a maioria dos empreendedores está motivada por oportunidades, e não por necessidade, demonstrando que os brasileiros buscam não apenas sobreviver, mas inovar e liderar.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, destaca que a instituição trabalha para remover os obstáculos que limitam o crescimento das MPEs, como a dificuldade de acesso ao crédito. “O mercado de crédito para pequenos negócios nunca esteve tão promissor desde 2020. Graças à atuação estratégica do Sebrae, através do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), em 2024, destinamos R$ 2 bilhões ao fundo, que permitirá a concessão de R$ 30 bilhões em crédito nos próximos anos”, afirma Décio.
Além do apoio financeiro, o Sebrae também se dedica a capacitar e ampliar o mercado para esses empreendimentos. “Investir nos pequenos negócios é fundamental para assegurar a prosperidade das famílias e o desenvolvimento da economia brasileira como um todo”, finaliza Décio Lima.