Desvendando os Desafios da Economia Moderna
A Real Academia de Ciências da Suécia divulgou nos últimos dias os laureados do Prêmio Nobel de 2025. O anúncio do vencedor do Nobel de Economia, que ocorrerá na próxima segunda-feira, promete trazer novos insights sobre a economia global. Os estudos dos premiados nos últimos anos oferecem um panorama abrangente das fragilidades e desafios enfrentados pelas economias contemporâneas.
Nos últimos três anos, os prêmios foram concedidos a pesquisas que exploram a estabilidade do sistema bancário, as desigualdades de gênero no mercado de trabalho e o impacto das instituições no desenvolvimento econômico das nações. As conclusões comuns dessas investigações revelam como decisões políticas, sociais e individuais têm um papel fundamental na promoção do crescimento econômico e no bem-estar das populações.
2024: A Influência das Instituições na Prosperidade
O Nobel mais recente foi atribuído a Daron Acemoglu e Simon Johnson, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e James A. Robinson, da Universidade de Chicago, devido a seus estudos sobre a formação e o impacto das instituições na prosperidade das nações. Os economistas ressaltam que o sucesso econômico de um país está profundamente ligado à qualidade de suas instituições, tanto políticas quanto econômicas.
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Fonte: omanauense.com.br
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Fonte: odiariodorio.com.br
Conforme os pesquisadores argumentam, sistemas inclusivos, que promovem a participação da sociedade e o estado de direito, tendem a gerar um crescimento sustentável. Em contrapartida, instituições extrativistas, que concentram poder e recursos nas mãos de uma minoria, perpetuam a desigualdade e o atraso econômico. Essa análise histórica expõe que as diferenças entre países ricos e pobres estão ligadas a estruturas institucionais que se formaram ao longo do tempo.
“Reduzir as vastas diferenças de renda entre países é um dos maiores desafios do nosso tempo”, destacou Jakob Svensson, presidente do comitê do Nobel, ao anunciar os laureados.
2023: Claudia Goldin e as Desigualdades de Gênero
No ano de 2023, o prêmio foi concedido à economista Claudia Goldin, da Universidade Harvard, pelo seu estudo sobre as desigualdades que persistem entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Goldin realizou uma investigação histórica que abrange mais de 200 anos, revelando como fatores econômicos e sociais moldaram a trajetória das mulheres no mercado de trabalho.
Um dos principais achados de Goldin foi a identificação de que a participação feminina na força de trabalho seguiu uma curva em formato de “U”. Inicialmente, houve uma queda com a transição do campo para a indústria no século XIX, seguida por um crescimento à medida que o setor de serviços e a educação avançaram no século XX. Ela também apontou o papel crucial da pílula anticoncepcional, que possibilitou às mulheres planejar suas carreiras e adiar a maternidade, ainda que as desigualdades salariais se aprofundem, especialmente após o nascimento do primeiro filho.
“Graças à pesquisa pioneira de Goldin, sabemos muito mais sobre as barreiras que ainda precisam ser superadas”, afirmou Svensson após a premiação.
2022: Lições da Grande Depressão e o Papel dos Bancos
O Nobel de 2022 foi concedido a Ben Bernanke, ex-presidente do Federal Reserve, e aos economistas Douglas Diamond e Philip Dybvig, pelo trabalho que explora o papel dos bancos na economia, especialmente em tempos de crise. Os estudos realizados ajudaram a entender como garantir que os bancos sejam menos vulneráveis e como o colapso de instituições financeiras pode agravar crises econômicas.
A teoria desenvolvida por Diamond e Dybvig explica a razão de existência dos bancos: ao reunir depósitos de muitos poupadores, conseguem oferecer liquidez imediata, ao mesmo tempo em que concedem empréstimos a longo prazo. No entanto, essa estrutura traz o risco de corridas bancárias, quando rumores de insolvência levam os clientes a retirarem seus fundos simultaneamente. Eles sugerem que mecanismos de proteção, como o seguro de depósitos e a atuação do banco central como provedor de liquidez, são essenciais para mitigar esses riscos.
Bernanke, por sua vez, analisou a Grande Depressão dos anos 1930 e demonstrou como a falência dos bancos agravou a crise, pois a quebra do sistema financeiro resultou na perda de informações sobre crédito e investimentos, dificultando a recuperação econômica.
O comitê do Nobel enfatizou que os estudiosos contribuíram significativamente para melhorar a capacidade da sociedade em evitar crises severas e resgates dispendiosos.