quinta-feira, outubro 16

O Papel da Inovação na Economia Moderna

O Nobel de Economia de 2025 foi concedido a um trio de economistas cuja pesquisa lança luz sobre a conexão vital entre inovação e crescimento econômico. Joel Mokyr, professor na Northwestern University, recebeu metade do prêmio por identificar os fatores essenciais que possibilitam um crescimento sustentado impulsionado pelo avanço tecnológico. A outra parte do prêmio foi dividida entre Philippe Aghion, do Collège de France e da London School of Economics, e Peter Howitt, da Brown University, por sua teoria inovadora sobre o crescimento sustentado por meio do conceito de destruição criativa.

A premiação destaca uma questão crucial da economia contemporânea: como a sociedade passou de longos períodos de estagnação para um crescimento contínuo ao longo dos últimos dois séculos? A Academia Sueca reconhece que a inovação é o motor central desta transformação. Tecnologias emergentes, novos produtos e métodos de produção substituem constantemente os antigos, criando um ciclo de renovação que não só aumenta a produtividade, mas também eleva o padrão de vida globalmente.

“O avanço tecnológico impacta a todos nós, estabelecendo um ciclo contínuo de substituição e progresso”, afirma o comunicado oficial da premiação. “Esse é o fundamento do crescimento sustentado que resultou na melhoria da saúde, da renda e na qualidade de vida em todas as partes do mundo.”

Contribuições Específicas de Joel Mokyr

Como historiador econômico, Joel Mokyr fez importantes descobertas sobre as origens da Revolução Industrial, que ajudaram a desvendar os motivos por trás do crescimento sustentado. Ele argumenta que as inovações começaram a se multiplicar somente quando a sociedade passou a valorizar o conhecimento científico e abraçar uma abordagem racional em relação às descobertas. Antes dessa era, os avanços eram esporádicos e não se sustentavam a longo prazo.

Mokyr destacou que o verdadeiro progresso tornou-se autogerado quando ciência e tecnologia começaram a interagir, possibilitando que cada nova invenção se baseasse em fundamentos já conhecidos. Além disso, sua pesquisa enfatiza a importância de um contexto cultural e institucional favorável: sociedades que são abertas a novas ideias e que aceitam mudanças tendem a prolongar processos inovadores.

A Teoria da Destruição Criativa de Aghion e Howitt

A contribuição de Philippe Aghion e Peter Howitt, que remonta a 1992, é um marco na economia moderna. Baseando-se nas ideias do economista Joseph Schumpeter, eles descreveram o conceito de crescimento como um fenômeno de “destruição criativa”, onde a inovação gera novas soluções ao passo que elimina práticas obsoletas. Esse modelo matemático sugere que cada avanço tecnológico não só aumenta a produtividade, mas também apresenta desafios para empresas e trabalhadores que operam com tecnologias ultrapassadas.

O equilíbrio entre ganhos coletivos e perdas individuais resulta em um motor para o desenvolvimento, mas também gera tensões que podem impedir o progresso. As pesquisas de Aghion e Howitt demonstraram que quando o ambiente institucional favorece a concorrência e o investimento em conhecimento, o ciclo de destruição criativa pode resultar em prosperidade duradoura. Por outro lado, a resistência à mudança por parte de grupos estabelecidos pode levar a um quadro de estagnação econômica.

Nascido em Paris, Aghion é o único dos três laureados que reside na Europa. Após o anúncio do prêmio, o presidente francês Emmanuel Macron expressou suas congratulações por meio da rede social X, elogiando a visão de Aghion sobre o crescimento impulsionado pela inovação e ressaltando o legado do pensamento francês no cenário global.

Reconhecimento a Outros Laureados do Nobel de Economia

Em 2024, o Nobel de Economia foi concedido a Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson por suas pesquisas que exploram como as instituições moldam a prosperidade e a desigualdade. Acemoglu, turco, e Johnson, britânico, são acadêmicos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), enquanto Robinson, também britânico, é professor na Universidade de Chicago. Juntos, eles utilizaram tanto teorias quanto dados empíricos para elucidar as disparidades econômicas entre nações, revelando como as instituições criadas durante a colonização influenciaram os resultados econômicos nos países afetados.

O Prêmio Nobel de Economia, formalmente conhecido como Prêmio Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, foi criado em 1968 pelo banco central sueco. Esse reconhecimento complementa os prêmios anuais concedidos em outras áreas, como física, química, medicina, literatura e paz, estabelecidos no testamento de Alfred Nobel, inventor sueco que faleceu em 1896.

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