quinta-feira, novembro 6

Desafios e Avanços no Encontro Nacional de Gestores

Na terça-feira, 4 de outubro, Brasília recebeu o 1º Encontro Nacional de Gestores da Rede Territórios da Cultura, um evento que marcou seu segundo dia com a apresentação de um balanço das ações do novo Plano Nacional de Cultura (PNC). O encontro abordou não apenas os desafios enfrentados por iniciativas culturais itinerantes, mas também o impacto positivo dessas ações em todo o Brasil. Além das discussões em painel, o evento contou com o lançamento de um guia que oferece orientações para a gestão de equipamentos culturais em várias regiões do país.

As subsecretárias de Espaços e Equipamentos Culturais do Ministério da Cultura (MinC), Cecília Sá, e de Gestão Estratégica, Letícia Schwarz, foram algumas das principais palestrantes, discutindo o papel do PNC e da Rede Territórios da Cultura como instrumentos de gestão. Letícia Schwarz destacou a conexão entre o PNC e a Rede, afirmando que: “Estamos reafirmando o território como uma categoria central da política cultural. Ambos se retroalimentam. O Plano fornece diretrizes e instrumentos, enquanto a Rede concretiza e territorializa a política”. Essa afirmação reafirma a importância de uma gestão cultural que considere as especificidades de cada território.

Entre os avanços apresentados, a subsecretária mencionou a consolidação da noção de territorialidade cultural como diretriz fundamental, além da reafirmação do papel dos territórios como espaços de governança democrática e inovação. Ela também ressaltou a necessidade de estabelecer indicadores territoriais que promovam o acesso à cultura, fomentem a infraestrutura e incentivem a formação cultural, ampliando a cooperação entre diferentes territórios.

“O objetivo é fortalecer a conexão da Rede Territórios da Cultura com o Plano Nacional de Cultura, utilizando dados culturais para uma gestão estratégica eficaz”, enfatizou Letícia. Isso também está alinhado à retomada do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais, que visa transformar o PNC em uma prática concreta dentro dos territórios.

Cecília Sá destacou a relevância das discussões ocorridas no encontro, ressaltando a importância do diálogo entre os gestores culturais e seus dirigentes. “Essa interação é vital para que se possa argumentar e pactuar em relação aos fundamentos do Plano, buscando atender às demandas da sociedade”, pontuou.

Cultura em Trânsito: Um Olhar para Iniciativas Itinerantes

No segundo painel, intitulado Cultura em Trânsito, a coordenadora-geral de Desenvolvimento de Projetos da Subsecretaria de Espaços e Equipamentos Culturais, Isabel Torres Cordeiro, mediou uma discussão que envolveu administradores e representantes de ações culturais itinerantes. O diretor teatral Adriano Cruz compartilhou a experiência do MovCEU, um veículo cultural que faz parte da Rede Territórios da Cultura e atua em Paraty (RJ).

“O MovCEU é um equipamento cultural incrível. Com ele, desenvolvemos o projeto Avenida Cultural, que leva circo, música, teatro e leitura a comunidades que têm pouco acesso à cultura”, contou Adriano. No interior da Amazônia Legal, o gestor José Flávio Moura Veras, responsável pelo MovCEU em São Félix do Xingu, já percorreu mais de 8 mil quilômetros, promovendo o acesso à cultura em várias vilas e aldeias.

“Quando levamos o MovCEU a esses lugares, podemos ver a diferença no olhar das crianças. Isso representa uma democratização da cultura”, observou José Flávio, ressaltando o poder transformador da cultura itinerante.

Os participantes do evento tiveram a oportunidade de conhecer o equipamento cultural, que também estava exposto em frente ao Bloco B da Esplanada dos Ministérios, sede do MinC, durante o dia do evento.

Guia de Gestão Cultural: Um Apoio Fundamental

Durante o encontro, foi lançado o guia intitulado Territórios da Cultura – Cuidar, Conectar, Transformar: Guia de Gestão e Articulação Territorial de Equipamentos Culturais. Este material é direcionado a gestores culturais, especialmente aqueles de pequenos e médios municípios, e oferece orientações práticas e exemplos inspiradores para fortalecer a gestão pública e comunitária de espaços culturais.

Elaborado em colaboração com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco), com consultoria do gestor cultural Américo Córdula, o guia se propõe a ser uma ferramenta que apoia a gestão de equipamentos culturais, promovendo redes de pertencimento e participação comunitária. “Esse guia é uma contribuição importante para fortalecer as redes culturais e a atuação dos gestores”, destacou Américo.

A programação do evento se encerrou com trocas de experiências entre os participantes, discussões temáticas em grupos e a apresentação de propostas elaboradas ao longo do encontro. A troca de saberes e a colaboração foram os pilares que marcaram este importante encontro para o fortalecimento da cultura no Brasil.

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