Afastamento da Vice-prefeita
Recentemente, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) decidiu afastar a vice-prefeita de Major Vieira, Vilma Muller Kiem, de sua função como secretária de Saúde. A medida, anunciada na última sexta-feira (19), foi motivada por uma investigação que revelou o uso indevido de uma ambulância municipal para fins particulares. Segundo os registros, Vilma teria solicitado o transporte para realizar uma viagem a Curitiba, Paraná, junto com suas irmãs, para uma consulta particular no dia 13 de setembro deste ano.
A decisão foi proferida pela juíza Mirella Lissa Yasutomi e afirma que a vice-prefeita cometeu improbidade administrativa ao utilizar recursos públicos dessa maneira. A juíza destacou que, embora exista um sistema de Tratamento de Saúde Fora de Domicílio, esse deve ser aprovado e realizado por meio da rede pública ou de convênios do Sistema Único de Saúde (SUS). “Não foi o que aconteceu neste caso”, afirmou a magistrada.
Improbidade e Provas Apresentadas
A decisão judicial ainda mencionou que as viagens foram realizadas com o objetivo de acessar atendimento em clínicas particulares. A situação se torna ainda mais preocupante devido à função de Vilma, que, como Secretária de Saúde, deveria estar ciente das normas referentes ao transporte público e ao SUS. “A utilização de um carro público para transportar pacientes a clínicas particulares é claramente reprovável”, complementou a juíza.
Uma testemunha que prestou depoimento ao tribunal confirmou que o pedido para o uso da ambulância foi feito diretamente pela secretária a um ex-funcionário responsável pela frota de veículos. Este autorizado teria aceitado prontamente a solicitação. Além disso, a ação afirma que a requisição não foi devidamente registrada no livro de controle da coordenação de frotas, o que levanta mais dúvidas sobre a regularidade do processo.
O documento da Justiça ainda detalhou que imagens de câmeras de monitoramento de praças de pedágio foram utilizadas como evidência, além de outros depoimentos que sustentam a acusação.
Decisão Judicial e Consequências
Em sua decisão, a juíza argumentou que a influência de Vilma sobre os servidores municipais poderia comprometer a investigação, o que levou à definição do afastamento cautelar do cargo. Esse afastamento, no entanto, ocorrerá sem prejuízo da remuneração e terá um prazo de 90 dias. Durante esse período, Vilma não poderá manter contato com as testemunhas que colaboraram com o processo, sob pena de multa.
A defesa tem um prazo de 30 dias a partir da publicação da decisão para apresentar uma contestação. A Prefeitura de Major Vieira, ao ser contatada pela reportagem, informou que está atenta aos desdobramentos do caso, mas até a data de publicação não havia sido oficialmente notificada sobre qualquer processo relacionado à Secretaria Municipal de Saúde.
A Exoneração e Reação da Prefeitura
De acordo com a prefeitura, Vilma Muller Kiem foi exonerada do cargo de secretária de Saúde na mesma data em que a decisão judicial foi divulgada. No entanto, a administração municipal assegurou que a exoneração não está vinculada à investigação em curso. Em uma portaria, a prefeita Aline Ruthes destacou que Vilma retornará ao seu cargo original como técnica em enfermagem a partir de 1º de janeiro de 2026.
Até o momento, a vice-prefeita optou por não se manifestar publicamente. A Prefeitura, quando questionada sobre a continuidade de Vilma Muller Kiem em seu cargo de vice-prefeita, não forneceu uma resposta clara.
Posição de Vilma Muller Kiem
A reportagem do NSC Total tentou entrar em contato diretamente com Vilma Muller Kiem, porém não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O canal permanece aberto para qualquer atualização futura.
A Prefeitura de Major Vieira reiterou seu compromisso com a transparência e assegurou que, assim que receber notificações oficiais, irá cumprir todas as determinações judiciais necessárias e colaborará com o que for preciso para esclarecer os fatos relacionados à situação.
