quarta-feira, novembro 19

Uma Nova Rota de Ecoturismo na Amazônia

Com uma extensão de 468 quilômetros, a Trilha Amazônia Atlântica foi oficialmente lançada como a maior trilha sinalizada da América Latina, representando um marco significativo para o ecoturismo no Brasil. O evento ocorreu na última sexta-feira, 14 de novembro, no estande “Conheça o Brasil” durante a COP30, em Belém, Pará. Essa iniciativa é promovida pelo Governo Federal, através do Ministério do Turismo e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

A trilha foi idealizada para não apenas conectar os visitantes à rica biodiversidade da Amazônia, mas também para promover a conservação ambiental, gerar empregos e estimular a economia local. Ao longo do trajeto, os turistas poderão imergir na cultura e na história do Pará, explorando atrativos históricos, áreas protegidas e interagindo com comunidades tradicionais.

Conexão com Comunidades Tradicionais

De acordo com Ana Carla Lopes, secretária-executiva do Ministério do Turismo, a Trilha Amazônia Atlântica dá voz a diversas comunidades locais, que incluem artesãos, cozinheiros e comerciantes. “Elas são colocadas em evidência, possibilitando uma melhor comercialização de seus produtos e serviços, gerando reconhecimento e um sentimento de pertencimento às suas terras”, destacou Ana Carla.

A trilha é dividida em sete segmentos que atravessam 17 municípios e 13 áreas protegidas, incluindo sete unidades de conservação e seis territórios quilombolas. Essa estrutura foi planejada para proporcionar aos visitantes uma vivência autêntica do modo de vida dos extrativistas locais, como coletores de caranguejo, agricultores e pescadores. Além de experimentar as belezas naturais, o trajeto inclui florestas exuberantes e manguezais.

Um Equilíbrio entre Conservação e Turismo

O design da Trilha Amazônia Atlântica foi cuidadosamente elaborado para equilibrar a conservação ambiental com a exploração turística. Os segmentos da trilha incorporam as ofertas culturais das comunidades, permitindo que os visitantes não apenas apreciem as belezas naturais, mas também se envolvam na cultura local e contribuam para a valorização dos moradores.

A ministra do Turismo em exercício, Ana Carla Lopes, enfatizou a importância do envolvimento local nesse projeto. Segundo ela, “a trilha não promove o desmatamento, mas sim a conservação. Por meio dessa iniciativa, conseguimos impulsionar o desenvolvimento sustentável, proporcionando mais oportunidades de emprego e capacitação para a população.”

Ideia da Trilha e Lançamento na COP 30

Carla Guaitanele, diretora substituta de Criação e Manejo de Unidades de Conservação do ICMBio, também comentou sobre a relevância do projeto. “As unidades de conservação têm o papel de integrar territórios e pessoas. A Rede de Trilhas é uma política pública que ganha força ao ser concebida com a participação das comunidades locais, quilombolas e municípios. Isso representa a essência do que o Brasil pode apresentar ao mundo em termos de riquezas ambientais, culturais e gastronômicas”, afirmou Carla.

Detalhes do Percurso

A trilha tem seu ponto de partida no centro histórico de Belém, seguindo por parques urbanos e áreas de mata até chegar à Vila de Caraparu. Daí, o caminho avança para Castanhal, passando por quatro territórios quilombolas e seguindo pela histórica Estrada Belém–Bragança até Capanema.

Em seguida, a rota prossegue para Nova Olinda, atravessando os Campos Naturais Bragantinos, passando por Bragança e Augusto Corrêa, até culminar em Viseu, na divisa com o Maranhão. Ao final do percurso, os turistas serão recompensados com uma vista espetacular da Floresta Amazônica a partir do mirante da Serra do Piriá.

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