Preocupação com a nomeação de novo superintendente
Servidores federais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná expressaram sua preocupação em relação à nomeação de Almir Antonio Gnoatto para comandar a Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária (SFA-PR). A decisão foi oficializada na última sexta-feira (19), por meio da portaria nº 2.010, publicada no Diário Oficial da União. Gnoatto, que é engenheiro agrônomo e professor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Dois Vizinhos, é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e seus vínculos com a política despertaram a desconfiança dos servidores.
As entidades que representam esses funcionários ressaltam que a superintendência opera em um ambiente altamente regulado, onde suas decisões administrativas influenciam diretamente a economia paranaense. Dado que o estado do Paraná é um dos principais motores do agronegócio brasileiro, a responsabilidade da SFA-PR aumenta, exigindo uma gestão que esteja alinhada com a expertise técnica e a prática cotidiana do Mapa.
Gestão técnica é vista como essencial
Segundo Alexandre Bastos, delegado sindical no Paraná do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários, a atuação da superintendência está intimamente ligada a procedimentos técnicos que garantem a saúde animal, a sanidade vegetal e a qualidade dos insumos agropecuários. “A tomada de decisão pelo gestor da superintendência está muito associada a esse conhecimento técnico, por isso a preocupação acaba sendo muito grande, principalmente no estado do Paraná, onde o agronegócio é um dos pilares da economia”, comenta.
A Delegacia Sindical da Associação Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários no Paraná (Anffasindical) e a Associação dos Técnicos de Fiscalização Federal Agropecuária do Paraná (Ateffa-PR), junto aos chefes das unidades vinculadas à SFA-PR, defendem a importância de manter a superintendência sob o comando de servidores de carreira. Para essas entidades, a continuidade de uma gestão técnica é fundamental.
Histórico de gestão técnica na superintendência
Nos últimos 20 anos, a superintendência do Mapa no Paraná foi liderada exclusivamente por servidores de carreira. Os representantes dos servidores destacam que essa gestão técnica promoveu a continuidade administrativa, gerando previsibilidade regulatória e fortalecendo laços de confiança com o setor produtivo agropecuário. Em várias áreas estratégicas, como a defesa agropecuária, essa continuidade foi essencial para garantir avanços significativos.
As associações afirmam que a experiência e a qualificação dos servidores têm sido cruciais para ações de vigilância, inspeção e controle. Bastos, por exemplo, sublinha que a atuante liderança de dirigentes de carreira não apenas solidificou a segurança regulatória, mas também ajudou a estabelecer uma relação de confiança com o setor produtivo local. “Essa é a preocupação que a gente tem, em relação à chegada de um gestor sem a bagagem técnica necessária”, pontua.
Necessidade de qualificação para a nova gestão
As entidades que representam os servidores enfatizam que a qualificação técnica é vital para a superintendência, que opera em uma área sensível e estratégica. As demandas exigem amplo conhecimento, domínio de processos complexos e experiência. Os servidores atuam continuamente na fiscalização, vigilância sanitária, inspeção e controle.
Os representantes defendem que o Ministério da Agricultura possui profissionais de carreira excepcionais para liderar a superintendência no estado. Para eles, a escolha de um servidor da pasta é fundamental para assegurar a continuidade das políticas públicas, a coerência administrativa e a preservação dos padrões técnicos estabelecidos ao longo dos anos.
