Ação Rápida da Saúde do Paraná
Na última segunda-feira (22), a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) confirmou três casos importados de malária em Maringá, localizada na região Noroeste do estado. Em resposta imediata, a Sesa enviou 60 ampolas do medicamento Artesunato para Maringá e Londrina, visando assegurar o tratamento adequado para as formas graves da doença. O envio ocorreu a partir do Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, com a colaboração do Batalhão de Polícia Militar Operações Aéreas (BPMOA).
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, enfatizou a prontidão na mobilização dos recursos. “A rapidez em disponibilizar esses medicamentos para os municípios reflete nosso compromisso com o atendimento imediato em casos de urgência na saúde”, declarou. Ele ainda destacou que a estrutura de vigilância epidemiológica do Paraná é capaz de oferecer uma resposta rápida e eficiente a qualquer situação que possa representar risco à saúde pública.
Tratamento de Malária: Medicamento Essencial
O Artesunato endovenoso, que foi enviado, é considerado o tratamento de primeira linha para casos graves e complicados de malária, que podem ser causados por parasitas como o Plasmodium falciparum e o Plasmodium vivax. A malária é uma doença infecciosa febril aguda que se manifesta principalmente através de sintomas como febre alta, calafrios, sudorese, tremores e dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.
É fundamental que pessoas que viajaram para áreas endêmicas, como países da África, Ásia e algumas regiões do Brasil, especialmente a Amazônia, fiquem atentas a esses sinais. A forma grave da malária é caracterizada por manifestações clínicas e laboratoriais severas, que podem incluir prostração, alteração da consciência, convulsões, edema pulmonar e hemorragias.
Diretrizes de Tratamento e Vigilância
O protocolo de tratamento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para adultos envolve uma dose de ataque de Artesunato, seguida por doses de manutenção, e pode incluir a complementação com outro medicamento, como a Clindamicina, para garantir a eliminação completa do parasita.
A Sesa reafirma que o Paraná se mantém como uma área livre de transmissão nativa da malária há mais de sete anos. Os novos casos são de pacientes que retornaram recentemente de Angola, país reconhecido por ser endêmico da doença. De acordo com um levantamento preliminar, um dos pacientes apresenta quadro clínico estável, enquanto os outros dois estão em estado grave. A secretaria também está atenta a outros casos suspeitos, todos importados, que estão passando por investigação conforme os protocolos de vigilância epidemiológica.
Monitoramento e Alertas para a Saúde Pública
Beto Preto ressaltou a importância do monitoramento: “Nós realizamos uma missão religiosa com vários brasileiros para Angola, e parte do grupo que retornou a Maringá recebeu o diagnóstico de malária. Com os casos notificados no Sistema Nacional de Agravos, teremos acesso a mais doses do medicamento e torcemos para que os pacientes se recuperem rapidamente”.
Os registros não alteram a situação endêmica do estado, já que as confirmações estão em áreas urbanas onde não há presença do mosquito Anopheles, o vetor da malária. Portanto, não há risco imediato de surto ou transmissão local decorrente desses registros.
Ao apresentar sintomas da doença, a orientação é buscar imediatamente atendimento médico e informar sobre o histórico de viagem, pois o diagnóstico e tratamento precoces são vitais para evitar que a doença evolua para formas graves.
Em uma ação adicional, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do Paraná emitiu um alerta de risco sobre os casos importados para toda a rede de assistência à saúde e vigilância epidemiológica. O alerta também destaca a possibilidade de surgimento de novos casos entre os integrantes do mesmo grupo, com início dos sintomas podendo ocorrer até 30 dias após o contato com áreas de transmissão da malária.
