Iniciativa Promove Descobertas e Premiações entre Estudantes
No ano de 2025, cerca de 5 mil alunos de 200 escolas da rede estadual do Paraná vivenciaram uma verdadeira revolução no aprendizado por meio dos clubes de ciências. Implantados em 2024, esses clubes se expandiram significativamente e proporcionaram aos estudantes oportunidades valiosas, como participação em feiras, eventos, viagens e conquistas de prêmios. Um destaque dessa trajetória foi a participação de uma equipe na COP30. Além disso, foi criado o primeiro clube de ciências exclusivamente feminino.
A expectativa da Secretaria da Educação do Paraná (Seed-PR) é de que até o segundo semestre de 2026, entre 30 a 50 novos clubes sejam estabelecidos, impulsionados por reconhecimentos e premiações que fomentaram o entusiasmo dos alunos envolvidos.
Os clubes de ciências são resultado de uma colaboração entre a Seed-PR, a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Fundação Araucária. Através dessa parceria, os alunos são incentivados a participar e recebem orientações e suporte financeiro para viagens relacionadas às iniciativas científicas.
“Essa é uma chance única de conectar estudantes da rede pública às universidades e, ainda mais, à iniciação científica. Experiências como a Rede de Clubes de Ciências têm um impacto profundo na trajetória dos alunos, ampliando suas visões e repertórios”, ressaltou Roni Miranda, secretário estadual da Educação.
Exemplos de Inovação e Sucesso
Um dos exemplos mais notáveis de sucesso em 2025 é o Colégio Estadual Herbert de Souza, em São José dos Pinhais, que se destacou ao garantir uma vaga entre os 20 semifinalistas na 12ª edição do Solve for Tomorrow Brasil, competição promovida pela Samsung. O projeto que garantiu a classificação foi um sabonete antipulgas sustentável desenvolvido por um grupo de cinco alunos da 1ª série do Ensino Médio, orientados pela professora de Química, Pauline Henrique Fernandes. Utilizando propriedades da Erva de Santa Maria, eles criaram um produto ecológico, mais acessível e seguro para os animais, evitando intoxicações e reduzindo o uso de produtos químicos nocivos ao meio ambiente.
“Participar desse projeto me fez perceber como a ciência pode resolver problemas reais. Esse foi um momento transformador ao lado dos meus colegas e da professora”, afirmou Thyfila Roberta Sampaio Bacelar, de 15 anos, que celebrou a conquista em grupo.
Além disso, em agosto, alunos de diversas regiões do estado foram selecionados para uma viagem a Portugal, onde participaram do programa internacional Sustainable Living Innovators (SLI). Para conseguir a oportunidade, os estudantes tiveram que responder a um rigoroso questionário sobre ciências.
Compromisso com a Sustentabilidade e a Inclusão
Durante a COP30, que ocorreu em novembro, uma delegação de 15 integrantes, composta por professores e alunos da Educação Básica de Guarapuava, embarcou para Belém, no Pará, para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O convite foi resultado da atuação destacada no programa Pacto Global de Jovens pelo Clima, que visa ensinar os jovens sobre a emergência climática e incentivá-los a participar ativamente na busca por soluções. No Paraná, esse programa é desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e a Fundação Araucária, dentro do contexto dos clubes de ciências.
No Colégio Estadual Pedro Carli, em Guarapuava, o Clube de Ciências Climatize-se conta com 27 alunos que se dedicam à criação de projetos científicos e socioambientais. Entre as iniciativas, destacam-se a implantação de composteiras, minhocários e meliponários, além de estudos sobre plantas alimentícias não convencionais (Pancs) e reaproveitamento de óleo de cozinha para a produção de sabão ecológico.
Empoderamento Feminino no Campo Científico
Alunas do Colégio Estadual Paulo Leminski, em Curitiba, estão fazendo história ao formarem um clube de ciências exclusivamente feminino, composto por sete estudantes que compartilham experiências e exploram áreas científicas. “Estou inspirada e transformada por fazer parte de um espaço onde as mulheres são acolhidas e incentivadas na ciência”, declarou Victória Hellen Salviano dos Santos, de 16 anos.
O clube, que recebe o nome de Sônia Guimarães em homenagem à primeira mulher negra a obter um doutorado em Física no Brasil, busca além de valorizar a figura feminina nas ciências, incentivar alunas de diferentes etnias e condições sociais a se interessarem pela pesquisa científica.
“Nosso clube busca apoiar todas as alunas que desejam um diferencial em suas carreiras, investindo no conhecimento científico, que pode transformar suas trajetórias”, explicou Karin Schellmann, coordenadora do grupo.
Com a previsão de criação de mais 40 clubes voltados exclusivamente para meninas, a iniciativa visa fomentar o interesse das alunas da rede de educação básica pela ciência, promovendo projetos inovadores e significativos.
